Missa das Rosas: pode acabar Padre Gilson é transferido por conta de perseguição política, desabafou líder religioso

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Missa das Rosas:  pode acabar Padre Gilson é transferido por conta de perseguição política, desabafou líder religioso
26-10-2023
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A transferência foi informada na segunda-feira, 23, um dia após à missa do domingo, 22, onde o Padre Gilson Jardene revelou publicamente aos fiéis

A tradicional Missa das Rosas, celebrada nos dias 22 de cada mês, na cidade de Santa Rita do Novo Destino, poderá não mais acontecer. Isso, por conta da transferência do padre Gilson Jardene, que foi decretada na segunda-feira, 23. Com a decisão de transferir o religioso percussor da Missa das Rosas, uma grande comoção popular se instalou entre os devotos e fiéis, junto com a suspeita de uma possível perseguição religiosa, por conta da disputa de propriedade do terreno na região onde fica a igreja.

A transferência foi informada na segunda-feira, 23, um dia após à missa do domingo, 22, onde o Padre Gilson Jardene revelou publicamente aos fiéis o motivo  do que ele e a Paróquia enfrentavam: “O terreno onde está a igreja, a casa paroquial, e o centro pastoral, são frutos de doação, com data anterior à emancipação do município. Isso faz parte da história desse lugar, e quem contesta isso, faz de má fé”, disse Gilson no começo do seu discurso. O padre estava de posse de cópias dos documentos obtidos por ele em cartório, que segundo ele comprovam a propriedade da área.

“Isso aqui é um crime!”, desabafou Padre Gilson, com relação à gestão do prefeito Roberto João de Oliveira. Ainda durante o desabafo público, depois da missa do domingo, Padre Gilson contou que: “Dias depois que eu fiz essa solicitação eu fui surpreendido, ao procurar no cartório, descobri que o poder público municipal de Santa Rita havia registrado todo esse quarteirão, ‘que já tem dono e escritura’, como ‘área pública municipal’ (APM), isso aqui é um crime, é má fé, é oportunismo, é ladroagem, e eu vou parar por aqui’ para não ficar feio”, desabafou o padre, que ainda disse que precisou contar tudo aos fiéis, porque segundo ele, permaneceu em silêncio sobre o assunto por quase um ano.

Segundo informações obtivas por nossa redação, a disputa pelo terreno teria sido motivada por conta que o Padre Gilson Jardene, junto com os fiéis da paróquia, desejavam construir no local um santuário, para homenagear a santa que dá nome à cidade, e que também é responsável pela movimentação de milhares de pessoas naquele município: “Foi aqui, nesse terreno, a primeira missa, e eu decidi junto com o bispo, construir aqui neste local por um motivo. Não pensamos só na igreja, se construirmos o santuário na entrada da cidade, as pessoas não entrarão na cidade, e deixarão de contribuir com o progresso dessa cidade”, disse Padre Gilson, com relação ao desejo de construir o santuário no centro da cidade. Segundo ele, um estacionamento seria construído na entrada da cidade, para acomodar melhor os milhares de fiéis que participam da missa.

Um dia antes de ser transferido, Padre Gilson desabafou: “Estão fazendo pressão para que o padre seja transferido de Santa Rita”, contou após a missa do domingo, fazendo menção sobre as retaliações que segundo ele, estaria enfrentando por conta da disputa do terreno da igreja. Depois do desabafo público e das revelações de perseguições, Padre Gilson foi aplaudido e acolhido pelos fiéis: “Tentei por mais tempo que o necessário resolver a situação de maneira serena e amigável, mas estou falando isso para que vocês, para que me ajudem partilhando a verdade com nossos irmãos. Rezem por mim, porque eu preciso!”, lamentou e pediu o padre.

Depois da fala do padre Gilson no final da missa do domingo, e depois da sua transferência ser realmente efetivada na segunda-feira (um dia depois das suas revelações públicas) a prefeitura de Santa Rita do Novo Destino foi procurada por nosso departamento de jornalismo, para responder às acusações. O prefeito, Roberto João de Oliveira, respondeu por meio de uma nota oficial, e rebateu as pontuações reveladas pelo padre na última missa do dia 22 de outubro.

Em nota, o prefeito João Roberto de Oliveira disse que: “A Diocese de Uruaçu é proprietária de duas áreas na APM-09, (quadra da praça da sede do Município de Santa Rita do Novo Destino), correspondente a uma área total de 3.200 m², da seguinte forma: uma com 2.400 m² e outra com 80 m², conforme consta da matrícula n° 549 do Cartório Borges do Município de Santa Rita do Novo Destino”, disse. O documento ainda destacou que, a atual gestão jamais teria contestado a propriedade da Diocese de Uruaçu.

Segundo a nota, o prefeito ainda afirmou que o restante da área da APM-09 é de propriedade do Município de Santa Rita do Novo Destino, segundo ele, correspondente a duas áreas: uma área com 3.094,15 m², sendo esta a praça da sede do Município, e outra área com 1.600 m².

Sobre as acusações do Padre Gilson Jardene, e com relação à pressão para que ele fosse transferido, o que efetivamente aconteceu na segunda-feira, 23, o prefeito respondeu em nota: “Esclareço, também, que a transferência de pároco é uma decisão tomada pela Diocese de Uruaçu. Logo, cabendo a Diocese de Uruaçu manifestar-se a respeito da transferência do então pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia, do Município de Santa Rita do Novo Destino”, finalizou.

Nossa equipe de reportagem não conseguiu uma resposta da Diocese de Uruaçu sobre a transferência do Padre Gilson.

Agora, milhares de fiéis seguem um movimento nas redes sociais com um abaixo assinado pedindo o retorno e permanência do Padre Gilson Jardene na cidade, para que a Missa das Rosas continue, e para que o projeto de construção do santuário, iniciado por ele, seja concluído. Entre as justificativas, está a importância do projeto dirigido por ele a frente da igreja, que foi responsável por impulsionar a economia e a visibilidade de Santa Rita do Novo Destino, que, por conta da Missa das Rosas, passou a receber milhares de devotos mensalmente, incluindo a peregrinação dos fiéis a pé, no trajeto de Goianésia até a cidade, e também as celebrações dos dias 22 de cada mês.

Com a transferência do Padre Gilson, a continuidade das celebrações fica sem resposta, bem como o projeto de construção do santuário, que até o momento não poderá ser efetivado, por conta da possível titularidade do terreno, se este pertence à paróquia, ou à prefeitura. O município de Santa Rita do Novo Destino pode ser amplamente prejudicando com o fim das celebrações, e com a interrupção do projeto que era liderado por Gilson Jardene. Na expectativa de conseguir reverter a situação, milhares de fiéis seguem um movimento nas redes sociais, pedindo em favor do retorno do padre para Santa Rita, a fim de que o sonho iniciado por ele não seja interrompido.

 

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