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Somente dos alunos são cerca de 50 telas, média acima de uma para cada aprendiz das oficinas, ministradas,
Telas de ao menos 20 pintores e artistas plásticos de Goianésia estão em exposição, nesta e na próxima semana, no Museu Histórico de Goianésia Mário Augusto Alves, inserido na programação da 20ª Semana Nacional de Museus, que acontece este ano de 16 a 22 de maio.
As telas desses mesmos artistas, ou de outros, estão espalhadas também na Galeria de Artes Adão Rocha, o saguão do Centro Cultural Berchiolina Rodrigues, onde se juntaram às de alunos das três oficinas da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, ministradas pelo também artista plástico José Ricardo.
Somente dos alunos são cerca de 50 telas, média acima de uma para cada aprendiz das oficinas, ministradas, uma no Centro de Artes e Esportes Unificados Vereador Adélio Mendes da Costa (CEU das Artes), outras duas no Centro Cultural, uma dessas de alunos especiais (pessoas idosas) do Lar São Vicente de Paulo. Nas três oficinas, há, atualmente, perto de 40 matriculados, de variadas idades.
APRESENTAÇÃO
A cerimônia de comemoração da Semana, realizada na noite dessa quarta-feira, 18 de maio, regada a coquetel oferecido pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, reuniu o titular da Pasta, Willian Teófilo, os artistas expositores e seus familiares, músicos da Banda Municipal Lira Musical Orcena, que fizeram breve apresentação sob a regência do maestro José Eduardo, o professor Rodrigo, da Faculdade Evangélica de Goianésia (Faceg), que representou o diretor da instituição, o Prof. Dr. José Mateus dos Santos, o coordenador do Lar São Vicente de Paulo, Hermes Gonçalves da Silva, e o museólogo José da Costa, o Zezé, diretor e curador do Museu Histórico de Goianésia, o primeiro do País inscrito para a 20ª Semana.
“Museu é muito importante porque faz com que permaneçamos, nitidamente, diante da nossa história, da nossa origem, dos primórdios que iniciaram essa cidade, a história dessa cidade, as nossas lideranças políticas, eclesiásticas, e por aí vai”, disse o secretário Willian Teófilo, depois do que questionou, provocando reflexão: “Quantos artistas não serão esquecidos porque existe alguma peça, algum item, naquele museu, que remete a essa pessoa e a esse artista?”.
“E receber vocês aqui hoje é, para toda a equipe da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, é para o prefeito municipal, Leonardo Menezes, para todos nós, grande honra. Essa não é a minha casa, apenas; a nossa casa, apenas; é a casa de vocês, é a nossa casa, é a casa daquele que ama e admira a cultura”, prosseguiu o titular da Pasta.
EVENTO
A Semana Nacional de Museus, este ano com o tema “O Poder dos Museus”, é uma das ações da Política Nacional de Museus, do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), construída em proposta de forma articulada com o setor museal brasileiro, e que tem como propósito mobilizar os museus de todo o País a partir de esforço de convergência de suas programações em torno de um mesmo tema.
Este ano, segundo o Ibram, são 2.587 eventos cadastrados e 877 museus participantes. Ao todo, estão inscritas 379 cidades de 26 estados brasileiros. O de Goianésia foi o primeiro inscrito, tamanhos o entusiasmo do diretor e curador José da Costa, respaldado pela gestão municipal que reconhece a importância desse equipamento cultural da cidade.
“Quando eu fiz essa proposta [de participar] da 20ª Semana Nacional de Museus, primeiro eu fiz a pré-inscrição. Eu comuniquei se podia confirmar, recebi a resposta que sim e, daí, o primeiro museu do Brasil inscrito foi o Museu Mário Augusto Alves”, disse José da Costa, que constatou não existir, em Goiás, projeto igual ao do Museu de Goianésia.
Foi de José da Costa a ideia de trazer, este ano, para a Semana Nacional de Museus, as obras de arte em pintura dos alunos das oficinas da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, dentre eles os do Lar São Vicente de Paulo, nos quais o curador do Museu de Goianésia enxerga grandes artistas.
“Vocês são especiais por causa dos pincéis, que Deus lhes deu essa bênção”, disse José da Costa, dirigindo-se aos alunos especiais das oficinas de José Ricardo, acrescentando que convidou também os artistas, os profissionais, como forma de valorizar o trabalho deles e mostrar ao público a relação que há da pintura e das artes plásticas com os Museus mundo afora.
“Não existe nenhum projeto semelhante em Goiás”, garantiu o curador, estabelecendo também não haver, no Brasil, nenhum acervo catalogado do jeito do Museu Mário Augusto Alves. “Estamos muito felizes, pelo que o Governo de Goianésia proporcionou ao nosso museu. O prefeito Leonardo Menezes não pode vir, ele está em viagem, mas está muito bem representado aqui pelo nosso secretário Willian”, elogiou.
Também, em pronunciamento durante a cerimônia comemorativa da 20ª Semana Nacional de Museus em Goianésia, o professor José Ricardo lembrou não existir consenso, até hoje, sobre o que é a arte, disse haver muita discussão a respeito do tema e recorreu ao legado da história da arte, para apontar tres possíveis definições:
“A arte tem três conceitos históricos: fazer, conhecer e exprimir. O fazer bem dos gregos, na Grécia antiga; a arte como uma forma de conhecer, do Renascimento; e o exprimir da arte contemporânea”, apontou, citando obras de Michelangelo (1475-1564), exemplo de perfeição, inspiradas na Antiguidade Grega; e Leonardo da Vinci (1452-1519), símbolo do conhecimento; e personagens retratados em diferentes épocas, como Napoleão Bonaparte (1769-1821), Dom Pedro II (1825-1891) e Mona Lisa, que retrataria Lisa Gherardini (1479-1542), a esposa de Francesco del Giocondo (1465-1538).
“E nós podemos perceber esses conceitos nos trabalhos dos nossos alunos: o fazer bem a técnica, a transmissão de conhecimento por meio das telas e a expressão de seus sentimentos, de forma inconsciente. Então, os alunos do Centro Cultural e do CEU das Artes, se analisarmos os seus quadros, acharemos presentes todos esses conceitos do legado histórico da arte”, observou José Ricardo, um dos mais renomados artistas plásticos de Goianésia e região.
MEMÓRIA
“Museu remete à história do lugar, às nossas origens, às nossas raízes, à nossa cultura, e Goianésia tem o privilégio de ter o seu próprio museu, embora nem todas as pessoas lhe deem a devida importância. Nada mais plausível do que, na 20ª Semana Nacional de Museus, no Dia Internacional do Museu, estarmos aqui, no Centro Cultural Berchiolina Rodrigues, com a nossa Banda Municipal Lira Musical Orcena, com inúmeros artistas e, é claro, com a exposição de artes plásticas, de quadros, que são dos alunos das nossas oficinas, instruídos pelo mestre, o professor José Ricardo, e de outros artistas da cidade”, disse o secretário Willian Teófilo.
“Tudo isso as pessoas podem gozar hoje aqui nesse dia tão importante, mas a exposição dos quadros ficará por mais uma semana”, anunciou em seguida, na cerimônia em que rendeu homenagens a José da Costa, em reconhecimento ao que chamou de “seu grande trabalho” como diretor e curador do Museu Histórico de Goianésia, o Zezé: “Esse ser humano que faz desse um lugar tão agradável, memorável e abençoado. As pessoas vêm ao Centro Cultural Berchiolina Rodrigues, mas, quando elas passam pelo Museu Mário Augusto Alves, elas são tocadas por lembranças, por muitas vibrações do passado que ali estão. Isso é muito importante, é a nossa história, é quem nós somos. Então, parabenizar ao nosso diretor e curador do museu, por toda a dedicação, empenho e esforço. Ele é o guardador desse museu e ele guarda com a vida dele.”
O maestro José Eduardo, da Banda Municipal Lira Musical Orcena, desativada por um tempo e que se encontra em processo de reativação, anunciou que os seus integrantes estão à disposição para os eventos do Município e que, também para homenagear o José da Costa, não poderia ficar de fora do evento comemorativo da 20ª Semana Nacional de Museus, prestigiando a maioria dos presentes, artistas de Goianésia com suas telas expostas na Galeria de Artes Adão Rocha.
Terminada a cerimônia de comemoração da 20ª Semana Nacional de Museus, os presentes fizeram visita guiada pelo próprio José da Costa e puderam contemplar as obras dos artistas plásticos de Goianésia, acompanhados de alguns deles, como o próprio José Ricardo, professor das oficinas da Secretaria de Cultura e Turismo, Laís Camargo; Sônia Camargo; Nadir e Lidimoraes, que também é aluna; dos outros alunos das oficinas, Júlia, Giovana Teixeira, Samara, Soraya e Gabriel, esses mãe e filho; e Heitor Fernandes Faria; e dos alunos especiais de uma das oficinas do Centro Cultural, Sizelivio Campos Cirino, Sebastiana Lourenço de Oliveira, Vicente Paulo Fernandes, Valdir Cardoso da Silva, Valdemar Pereira dos Santos, Celso Aves Ferreira, Mateus Ferreira Araújo, Clementino Alves da Costa, Docelina Gonçalves Santana e Juscelina Maria da Silva, residentes no Lar São Vicente de Paulo; da escritora e poetisa Cida Queiroz; da professora Maria Divina, uma das pioneiras do Município; e da diretora do CEU das Artes, Karla Marcelino.
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