Grupo de Cunha usou carta renúncia como ‘garantia’ para esquema

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Grupo de Cunha usou carta renúncia como ‘garantia’ para esquema
04-07-2016
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Cleto contou que as negociações para que fosse nomeado para o cargo começaram em 2011. As tratativas começaram pelo corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro,

O ex­vice­presidente da Caixa Fabio Cleto afirmou aos investigadores da Lava Jato que após ganhar indicação para ocupar o cargo foi obrigado a deixar uma carta renúncia assinada como garantia de que atenderia ao grupo do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB­RJ).

Cleto contou que as negociações para que fosse nomeado para o cargo começaram em 2011. As tratativas começaram pelo corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, que entregou seu currículo a Cunha e repassou ao ex­ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo), que era líder do PMDB na Câmara.

Após passar por uma entrevista no Ministério da Fazenda, Cleto foi avisado por Funaro que teve seu nome aprovado. Segundo o ex­vice­presidente da Caixa, já nessa ocasião Funaro deu a entender que haveria em algumas operações o pagamento de propina, a qual deveria ser dividida. De acordo com o delator, no mesmo dia em que sua nomeação, Funaro o chamou no escritório. O encontro foi marcado por Alexandre Margotto, assessor do corretor. Em frente ao escritório, em um carro estacionado, Margotto apresentou três vias de uma carta de renúncia ao cargo de Vice­Presidente da Caixa, como se tivesse sido escrita por Fábio CIeto, endereçadas a Henrique Eduardo Alves.

O delator disse que foi informado por Margotto que deveria assinar as cartas sob pena de ser exonerado, tendo este último assim procedido. “As três vias da carta, que ficaram com Alexandre Margotto, eram uma espécie de ‘garantia’: caso qualquer solicitação não fosse acatada por Cleto, Funaro apresentaria a carta, levando à renúncia do cargo e à indicação de outra pessoa”, afirmou a Procuradoria­Geral da República.

FORTALEZA

Cleto afirmou aos procuradores que o esquema consistia em ele repassar para Cunha e Funaro todos os projetos que estavam em tramitação dentro da área da FI­FGTS e da Carteira Administrada e o estágio em que se encontravam. Segundo ele, Cunha e Funaro passavam como deveria ser seu voto em cada projeto.

Cleto disse que o pedido de propina às empresas era feito por Cunha e Funaro. Ao pedir busca e apreensões em endereços ligados a Funaro, a PGR destacou ao Supremo o luxo do corretor.

“O Ministério Público recebeu informações sobre um dos possíveis endereços desse agente delitivo. De acordo com os dados, trata­se de verdadeira “fortaleza” construída em Vargem Grande do Sul/SP, que conta inclusive com um heliporto”, diz a Procuradoria.

“Ainda de acordo com as informações, Funaro até agora vinha com frequência ao local, chegando às sextas­feiras à tarde e partindo aos domingos, no final do dia, sempre de helicóptero e acompanhado de seguranças. […] Confirmando que o imóvel é usado por Lúcio Bolonha Funaro e sua família”

 

OUTRO LADO

Em nota, Cunha informou que “não recebi e nem combinei com quem quer que seja qualquer vantagem indevida de nenhuma natureza”. Disse que não tem “operador, gestor financeiro ou qualquer coisa do gênero e também não autorizei ninguém a tratar qualquer coisa em meu nome”. Ele chamou de “histórias fantasiosas” as acusações de Fábio Cleto e disse que ele é “réu confesso” e que deve responder pelas irregularidades que praticou.

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