Ministério Público afirma que Jorge Caiado usou influência para aliciar executores do crime. Empresário Fábio Escobar foi assassinado em junho de 2021, em Anápolis.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou o assessor da Assembleia Legislativa (Alego), Jorge Caiado, por participar do assassinato do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante. O crime aconteceu em junho de 2021, em Anápolis, a 55 km de Goiânia, e Caiado foi denunciado nesta terça-feira (19).
Em nota, a defesa de Jorge Caiado afirma que ele é inocente e que tenta acesso ao documento da denúncia para analisar o conteúdo.
Também questionou se o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) recebeu a denúncia contra o assessor, porém, o órgão afirmou que o processo está em segredo de justiça. A denúncia contra Caiado foi obtida com exclusividade pela jornalista Fabiana Pulcineli, do jornal O Popular.
Denúncia
No documento, o MPGO inclui Jorge Caiado na denúncia contra os demais suspeitos do assassinato do empresário, afirma que o assessor ajudou no planejamento do crime e, para isso, usou o prestígio que tem na Secretaria de Segurança Pública (SSP) e proximidade com policiais militares.
O g1 pediu um posicionamento da SSP e aguarda retorno.
A denúncia diz que Caiado era aliado do ex-presidente do Democratas, Carlos César de Toledo, conhecido como Cacai, denunciado como mentor intelectual do crime. A investigação concluiu que Escobar foi assassinado após denunciar desvios de dinheiro na campanha eleitoral de Cacai, em 2018.
Movidos por vingança, Caiado e Cacai se reuniram, em fevereiro de 2019, com o Coronel Benito Franco Santos, então comandante da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam). Eles teriam dito que Escobar estaria ameaçando Cacai e que a única forma de resolver seria “só matando”, destaca a denúncia.
O coronel se recusou a participar da “empreitada” e, então, Caiado e Cacai ainda se reuniram com o ex-chefe da Casa Militar, Coronel Newton Nery Castilho, para buscar apoio para “exterminar Fábio Escobar”. Segundo a denúncia, Castilho também negou a proposta e declarou que não era “jagunço”.
Apesar das negativas, Caiado e Cacai mantiveram o plano e, para cumprí-lo, aliciaram os policiais militares denunciados como executores do crime, que, segundo a denúncia, após o assassinado do empresário, receberam promoções por “ato de bravura” em confronto policial com resultado morte.
“Se não fosse o traquejo de Jorge e influência com autoridades policiais, Carlos Toledo, por si só, não teria atingido seu desiderato criminoso”, destaca a denúncia.
Após a análise, os promotores do Ministério Público de Goiás (MPGO) decidiram denunciar Jorge Savastano de Toledo por homicídio qualificado por motivo torpe e emboscada. A íntegra do depoimento dos coronéis Santos e Castilho foi enviada à Justiça, que decidirá se recebe ou não a denúncia.
Íntegra da nota da defesa de Jorge Caiado
O Escritório de advocacia Wanderley de Medeiros, na defesa de Jorge Luiz Ramos Caiado, esclarece que a denúncia oferecida pelo Ministério Público não está acompanhada de documentos, que indiquem de forma robusta indícios de participação. Estamos tentando acesso ao material que fundamentou o aditamento para melhor análise, na convicção da inocência do nosso cliente.
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