Informativo Cidades
Segundo delegada, fato da mãe ter orientado vítima nas mensagens que culminaram com encontro sem ordem judicial inviabilizam crime mesmo com confissão do suspeito.
Um motorista de ônibus de 44 anos foi preso neste sábado (25) suspeito aliciar uma menina, de 11, pelas redes sociais, em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, apesar de ter confessado a intenção de manter relações sexuais com a garota, ele será solto ainda nesta noite. Isso porque a mãe da vítima orientou e direcionou todas as conversas, montando uma situação chamada “flagrante preparado”, o que descaracteriza o crime.
O homem foi detido em frente ao Parque Mutirama, no Setor Central, logo após encontrar com a menina após conversarem por alguns dias pelo Whatsapp. Na bate-papo, o motorista enviou fotos nu e também pediu o mesmo para a menina. Além disso, pedia que ela apagasse as mensagens e cobrava rapidez nas respostas pois a mulher dele estava chegando.
O que ele não sabia é que a mãe da menina, ao saber, ainda no início das conversas, é quem ordenava a filha no que deveria ser escrito. Orientada por uma amiga policial civil, ela armou o encontro para que o suspeito fosse preso. Assim que houve a detenção, a PM levou o motorista para a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).
Porém, segundo a delegada Laura de Castro, responsável pelo caso, a atitude da mãe inviabilizou que o homem permanecesse preso. Ela explicou que o procedimento de atrair o suspeito para uma situação de flagrante só pode ser feito com ordem judicial.
“O fato da conversa ter sido controlada e direcionada por um terceiro descaracteriza o crime. É o que chamamos de ‘flagrante preparado’. Nesse caso, é indispensável que o diálogo fosse travado diretamente pela menor”, disse
Por isso, o motorista, que confessou o crime, não foi autuado. Após ser ouvido, ele foi liberado. Apenas um Boletim de Ocorrência foi registrado e será encaminhado para Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que decidirá se abre ou não inquérito para apurar o caso.
Laura disse que a mãe da menina foi mal orientada e que, neste caso, deveria ter procurado imediatamente a polícia ao invés de agir deliberadamente. Ela lamentou o fato de ter que liberar o homem.
“Não posso tomar outra conduta. Mas é ruim ver um criminoso confesso saindo da minha delegacia sem poder tomar uma atitude”, desabafa.
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