Delegada disse que abriu inquérito para apurar eventual crime contra o consumidor. Jovem de 27 anos foi intoxicada com a Síndrome de Haff após comer peixe em restaurante.
A delegada Ana Carolina Pedrotti, de Goianésia, informou que vai investigar o caso da jovem Kelly Silva, de 27 anos, que se contaminou com a toxina que provoca a doença da “urina preta”, após comer peixe em um restaurante da cidade. A moça está internada em uma unidade de terapia intensiva há duas semanas (UTI) para tratar a doença que causou paralisia muscular e problemas nos rins.
“A polícia vai iniciar uma investigação a fim de saber se ocorreu algum tipo de crime contra o consumidor e apurar eventual responsabilidade”, explicou a delegada.
O restaurante onde a jovem comeu peixe cru, prato da culinária japonesa, disse à TV Anhanguera que “não sabe qual pescado desencadeou a doença, que tudo dentro do local está dentro dos padrões estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e que está a disposição para quaisquer esclarecimentos”.
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A administração municipal enviou um ofício à rede de saúde da cidade, tanto pública quanto privada, com alerta para o atendimento de pacientes com sintomas da doença. Se alguma unidade atender moradores com suspeita da síndrome deve avisar à SMS imediatamente.
“Temos este caso até o momento, apenas. A doença se relaciona com a ingestão de peixes contaminados. As evidências trazem que é causada por uma toxina, portanto, afeta apenas quem ingere. Não há risco de transmissão de pessoa para pessoa”, relatou a secretaria.
O que é Síndrome de Haff?
De acordo com a SMS, a doença da “urina preta”, a Síndrome de Haff, é uma infecção bacteriana relacionada à ingestão de peixe cru ou cozido. A bactéria é transmitida por meio do consumo de uma toxina que fica na carne.
A doença é caracterizada pela destruição das proteínas musculares, provocando sintomas como a perda da força física, dor muscular, desmaios, febre e urina escura.
A forma como o animal é contaminado pela toxina que provoca a doença, no entanto, não é consenso entre especialistas. Alguns infectologistas dizem que a toxina é gerada pelo mau acondicionamento do pescado, mas outros afirmam que ela vem de algas consumidas pelo animal.
A infectologista Mariana Tassara explicou que a toxina pode ser desenvolvida em peixes crus ou cozidos, já que ela é termoestável, ou seja, não é eliminada em altas temperaturas. Porém, é uma situação rara.
“O acondicionamento desse peixe pode causar essa toxina que provoca a intoxicação alimentar. Por ser uma síndrome bem rara, não é preciso ter pânico”, esclarece a médica.
