Presidente do órgão explicou que o diretor de ensino de uma autoescola é suspeito das alterações. Caso chegou ao Detran após uma das condutoras denunciar
Motoristas de Goiás tiveram uma surpresa desagradável no processo de tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Os sobrenomes deles foram adulterados com xingamentos e ofensas como: safada, cadela, macaca e defunto. O caso chegou ao Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran Goiás) após uma das condutoras denunciar.
Após a denúncia , o Detran apurou que 30 motoristas tiveram os sobrenomes adulterados entre os dias 7 e 15 de dezembro de 2023. Presidente do órgão, Waldir Soares explicou que o diretor de ensino de uma autoescola de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, é suspeito das alterações porque a senha dele foi usada para as modificações.
“O motivo não é pessoal com esses condutores, ele pode ter uma briga pessoal dentro do CFC [autoescola], a gente não sabe a motivação. Ele fazia [as alterações] à noite, de madrugada, talvez acessando a internet”, explicou Waldir Soares.
O g1 entrou em contato com o centro de formação de condutores onde o diretor de ensino trabalhava e tinha acesso ao sistema para adulterar os nomes, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
À TV Anhanguera, o diretor José de Melo Alvares Neto falou que no final do ano passado, o Detran pediu uma explicação sobre adulteração no nome de uma pessoa e ele teria respondido ao órgão que essa alteração foi feita em São Paulo.
O presidente do Detran informou que, após a apuração, a autoescola e o funcionário devem ser punidos. O órgão divulgou que passará o caso para a Polícia Civil de Goiás.
Além dos sobrenomes citado inicialmente no texto, outros xingamentos foram usados; veja alguns:
- Cadela da Silva
- Obesa
- Porca
- Homossexual dos Santos
- Safada Moraes
- Macaca Parreira
Começo da investigação
A jovem que teve o sobrenome substituído por “safada” explicou que descobriu a adulteração quando pegou um documento para pagar as taxas e pegar a CNH definitiva. No mesmo documento, o sobrenome do pai dela foi mudado para “defunto”.
A motorista procurou uma delegacia e registrou boletim de ocorrência. O boletim detalha que a jovem acreditou que algum conhecido estava por trás das adulterações, já que o pai dela havia sido assassinado alguns meses antes e, assim, seria uma forma de ridicularizá-la.
Acesso de autoescolas
Waldir Soares explicou que funcionários de autoescolas tem acesso para fazer alterações em dados, já que são credenciados no Detran. No entanto, após as adulterações apuradas, o órgão deve proibir estes acessos.
Todos os motoristas que tiveram dados alterados tinham CNH provisória e buscavam a definitiva. Os erros foram notados antes da emissão final.
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