Situação de grávidas é ameaça aos filhos

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Situação de grávidas é ameaça aos filhos
11-01-2016
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Falta de pré-natal e poucos cuidados são desafios para unidades de saúde e de assistência social

Ao chegar à Maternidade Nossa Senhora de Lourdes para dar à luz o filho, Cláudia (nome fictício) ainda trazia nas mãos algumas pedras de crack e estava sob o efeito da droga. Totalmente “drogada”, como disse uma enfermeira. Ela foi levada para a maternidade pelo Corpo de Bombeiros após passar mal na rua e o bebê nasceu às 14 horas, de parto normal. Seis horas depois, Cláudia fugiu do hospital. Retornou por volta da meia-noite e foi embora novamente pela manhã, para voltar horas mais tarde. A criança nasceu abaixo do peso, com sífilis e microcefalia, má-formação que está sendo investigada pela Secretaria de Saúde do Estado.

Por mês, cerca de oito mulheres em situação de rua dão à luz em apenas duas das maternidades de Goiânia, segundo informações da coordenação do Consultório na Rua. O número é aproximado porque algumas gestantes não realizam o parto em unidade de saúde e há casos em que a grávida não é identificada como se tivesse em situação de rua, explica a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do município. A quantidade de mulheres nessa situação deve ser bem maior porque outras unidades de saúde também recebem mulheres em trabalho de parto, como é o caso da Maternidade Nascer Cidadão e Nossa Senhora de Lourdes.

Parto na rua

O Consultório na Rua tenta acompanhar essas mulheres e já identificou outras duas gestantes nas ruas de Goiânia. Uma delas dorme com o companheiro na Avenida Goiás. Paula (nome fictício) teve um filho em dezembro passado e o bebê foi encaminhado para o Condomínio Sol Nascente. O parto aconteceu na rua e o Samu a levou para o Hospital Materno Infantil (HMI) após dar à luz. Essa é sua terceira gestação. Usuária de crack, Paula foi internada no dia 30 de dezembro no HMI com abcesso pulmonar, mas fugiu do hospital e voltou para as ruas. A equipe do Consultório na Rua esteve com ela na quarta-feira, 6, na Avenida Paranaíba e ela se recusou a voltar para o hospital.

A equipe de abordagem da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) atendeu sete gestantes em situação de rua em 2015 enquanto a Casa de Acolhida Cidadã abrigou 26.

Contato: (62) 992719764
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