Suposto criminoso era procurado há um mês e se escondia em matas.
Homem foi atingido na cabeça e levado para hospital em estado gravíssimo.
A Polícia Militar (PM) trocou tiros nesta sexta-feira (13) com um dos suspeitos de ter sequestrado a auxiliar administrativa Tatylla Cristina Marçal da Silva, de 24 anos, em Chapadão do Céu, na região sudoeste do estado. O rapaz era procurado pela polícia há um mês e foi baleado na cabeça. A polícia afirma que ele e um comparsa,morto pela polícia no último dia 17, foram contratados pelo namorado da vítima, oempresário Fabiano Antônio Falqueto, de 28 anos, para cometer o crime. O supostocriminoso foi encaminhado para o Centro Médico de Jataí em estado grave.
A polícia chegou até o rapaz após ele ter roubado uma motocicleta no município. “Antes disso ele já tinha passado por outras fazendas onde fazia as famílias de refém e roubava alimentos, armas, comida e roupas do lugar antes de continuar a fuga”, disse o major da PM de Jataí David Pires de Souza. No momento da troca de tiros, o suspeito estava escondido em uma lavoura de milho. O dono do terreno foi quem acionou a polícia.
Ainda de acordo com o major ele percorreu mais de 100 km desde que fugiu de Jataí após um cerco policial há um mês, sempre se escondendo em matas da região.
No final da tarde, o suspeito foi encaminhado emestado gravíssimo para o Hospital de Urgências da Região Sudoeste (Hurso), onde deve passar por procedimentos neurológicos.
O namorado de Tatylla chegou a passar seis dias preso, mas foi libertado pela Justiça de Goiás no último dia 14. Na ocasião, o advogado de Fabiano, Márcio Severino, ressaltou ao G1 que o empresário é inocente. “Ele não cometeu o crime, tanto que o Tribunal de Justiça concedeu a soltura liminarmente. Ele tem bons antecedentes”.
A auxiliar administrativa foi encontrada morta em uma pedreira, no último dia 18 de abril, cinco diasapós ter desaparecido. A jovem tinha sido vista pela última vez saindo de uma igreja. Câmeras de segurança registraram o carro da jovem sendo seguido por uma caminhonete, que, segundo a polícia, pertence ao namorado dela. Em depoimento logo após essa constatação, Fabiano negou que se encontrou com a jovem no dia em que ela desapareceu.
De acordo com as investigações, depois do sequestro, a vítima foi levada de Jataí para Goiânia. Imagens do circuito de segurança de um hotel da capital mostraram a jovem sendo conduzida por dois homens, que seriam os supostos criminosos.
Responsável pelas investigações, o delegado regional André Fernandes afirma que o empresário pagou R$ 18 mil para dois jovens cometerem o crime. “Nós temos provas contundentes de que ele foi o mandante do crime e pagou uma importância em dinheiro para os executores, que são de Jataí”, ressaltou.
Desaparecimento
Tatylla desapareceu no dia 13 de abril após sair de uma igreja em Jataí. “Eu liguei para ela, ela estava chorando e eu não perguntei o que foi. Aí eu a chamei para ir para igreja. Ela foi, saiumais cedo e foi embora. Disse que ia dormir”, relatou a mãe da jovem na época, Adenilda Marçal Trindade.
Ao notar o desaparecimento da filha, Adenilda tentou ligar várias vezes para o celular de Tatylla, mas as ligações sempre caíam na caixa postal.
No dia 17 de abril, o carro de Tatylla foi encontrado em uma casa de Goiânia durante uma operação do Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer) da Polícia Militar. Na mesma ação, a polícia prendeu seis pessoas, entre elas um idoso de 77 anos e uma mulher de 35 anos, e apreendeu um menor de 17 anos.
Segundo a Polícia Militar, os suspeitos afirmaram que pegaram o veículo com terceiros e disseram não ter informações sobre o sumiço da jovem. No dia seguinte, a polícia encontrou o corpo da vítima em uma pedreira de Goiânia.