Censo escolar revela que 10% dos alunos não concluem a alfabetização na rede pública

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Censo escolar revela que 10% dos alunos não concluem a alfabetização na rede pública
01-02-2018
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Dados apontam reprovação de 1 em cada dez no 3º ano e ministério fala em ‘fracasso’ da escola

Um em cada dez estudantes não consegue concluir a alfabetização nas
escolas da rede pública. Dados do Censo Escolar 2017, divulgados nesta
quarta-feira, 31, pelo Ministério da Educação, revelam que 11,6% dos alunos
são reprovados ao fim do terceiro ano do ensino fundamental, quando termina
a fase básica de aprender a ler, a escrever e a fazer contas de Matemática.

Ao anunciar os números, a ministra substituta da Educação, Maria Helena de
Castro, não economizou adjetivos para lamentar os índices. Ela disse que a
repetência mostra um “fracasso” da escola. A situação é “grave” também na
conclusão do ensino fundamental, o fim da 9.ª série, quando 11,1% dos
estudantes são reprovados, e na etapa escolar seguinte. Dos estudantes do
ensino médio, 28,2% dos estudantes já passaram da idade ideal de completar
os três anos dessa fase.
Sem minimizar os problemas de capacitação de professores e de
infraestrutura das escolas, Maria Helena de Castro reclamou que há uma
“cultura” de reprovar estudantes, com impacto na vida escolar e na
autoestima. “Os professores são influenciados pela cultura da reprovação”,
avaliou. Ela disse que as taxas de reprovação na rede pública brasileira não
ocorrem, por exemplo, nos países vizinhos da América do Sul ou na Ásia.
“Ninguém apresenta taxas de reprovação tão preocupantes como a nossa”,
disse. “Com a reprovação, o aluno se sente muito mal e fica com a autoestima
péssima. É inútil reprovar e não mudar o que a escola vai ensinar. É um
fracasso da escola.”
Para Maria Inês Fini, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Institucionais (Inep), a pasta “de maneira nenhuma” incentiva professores a
aprovar alunos que não sabem ler e escrever, mas também reclamou dos
altos índices de repetência. “Há uma crença de que a reprovação agrega
conhecimento. A reprovação contamina a cultura escolar.”
Carlos Moreno, diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, afirmou que a
preocupação maior é a repetência do aluno do 3.º ano do ensino fundamental,
que deveria estar na faixa de 8 anos de idade. “É um dado muito negativo,
pois trata-se da etapa que finaliza o ciclo de alfabetização”, avaliou.
Queda de matrículas
O número de crianças e adolescentes nas escolas públicas e privadas
brasileiras caiu nos últimos quatro anos. O Censo mostra uma queda global de
45 milhões para 43,7 milhões de matrículas na comparação com 2013. Na
avaliação do MEC, os dados de acesso ao ensino acompanham a dinâmica
demográfica.
Mas o ministério comemorou os resultados da expansão, ainda tímida, do
ensino integral, considerado uma prioridade pelo ministro Mendonça Filho. O
levantamento registrou um aumento de 9,1% para 13,9% nas matrículas em
escolas de tempo integral.

Deficiências

O Censo Escolar mostrou ainda deficiências dentro das salas de aula. Dos
docentes da educação básica, 15% não têm curso superior. As deficiências
aparecem também na estrutura física. O levantamento mostra que 61,1% das
creches não têm banheiro adequado à educação infantil. No ensino
fundamental, o estudo registrou escolas sem vasos sanitários (8,2%), salas de
leitura e bibliotecas (45,7%) e laboratórios de ciências (88,5%). Há
deficiências tanto na rede pública quanto na privada

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