Mulher de Cachoeira é absolvida de processo por suposta ameaça a juiz

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Mulher de Cachoeira é absolvida de processo por suposta ameaça a juiz
25-05-2015
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Andressa Mendonça era acusada de ameaçar magistrado para soltar marido.
Carlinhos Cachoeira foi preso em Goiás durante a Operação Monte Carlo.

A empresária Andressa Mendonça, mulher de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi absolvida da denúncia de que teria ameaçado e prometido vantagem indevida ao juiz da Operação Monte Carlo, Alderico Rocha Santos, em troca da liberdade do marido. Publicada no dia 21 deste mês, a sentença do magistrado Abel Cardoso Morais afirma que “embora não recomendável no âmbito da ética, o comportamento da ré manteve-se distante da censura penal”.

O caso ocorreu em 26 de julho de 2012, no gabinete do magistrado, que é titular da 5ª Vara da Justiça Federal em Goiânia. Conforme a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Andressa Mendonça ofereceu vantagem para que o juiz soltasse o bicheiro, que estava preso há cinco meses, ou acelerasse a tramitação da ação penal para absolvê-lo, se valendo de “grave ameaça, contra autoridade, para favorecer interesse de seu companheiro”.

Ao ser recebida por pelo juiz, a mulher de Cachoeira teria insinuado que havia um dossiê contra o magistrado que “estava para ser divulgado” pela Revista Veja. Entretanto, conforme a denúncia, ela prometeu e ofereceu como vantagem a não publicação do material.

Ainda segundo a ação penal, Andressa fez ameaças e escreveu nomes em um pedaço de papel de pessoas com que o magistrado teria envolvimento. Ela chegou a pagar fiança de R$ 100 mil para não ter a prisão preventiva decretada.

Para o juiz responsável pela sentença, Andressa não buscou corromper o magistrado pelo oferecimento ou promessa de vantagem indevida.  “A conduta da ré constitui, no máximo, em não evitar provável desvantagem moral ao Juiz Alderico Rocha”, defende na decisão.

No texto, o juiz Abel Cardoso Morais destaca que, durante o depoimento, o colega Alderico Rocha Santos foi indagado pela defesa se houve por parte da ré oferecimento de vantagem indevida. Em resposta, ele “afirmou de forma categórica não ter sido oferecida nenhuma vantagem, de nenhuma natureza”.

Abel Morais ainda sustenta sua decisão em outra parte do depoimento do magistrado. Segundo o responsável pela sentença, Alderico Santos “negou que tivesse sofrido violência, grave ameaça ou intimidação séria por parte de Andressa para que decidisse de forma contrária às suas convicções na condução da ação penal”.

Procurado pelo G1, o juiz Alderico Rocha Santos não atendeu às ligações até a publicação desta reportagem para se posicionar sobre a sentença.

Advogado de Andressa, Ney Moura Teles afirmou que o juiz acolheu as alegações da defesa. “Demonstramos que não houve crime algum”, disse ao G1, nesta segunda-feira (25)

Operação Monte Carlo
Carlinhos Cachoeira é acusado de chefiar um esquema de exploração de jogos ilegais e corrupção em Goiás e no Distrito Federal. Ele foi preso em 29 de fevereiro de 2012, quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada pela PF e Ministério Público Federal (MPF).

O empresário foi condenado a 39 anos e 8 meses de prisão pelos crimes de peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha. Ele recorreu da sentença e aguarda pela decisão em liberdade.

Além dele, outras sete pessoas também foram condenadas por crimes de quadrilha, corrupção ativa, violação de sigilo funcional, advocacia administrativa, peculato e furto. São elas: Lenine Araújo, a 24 anos e 4 meses de prisão; José Olímpio Queiroga Neto, a 23 anos e 4 meses; Idalberto Matias, o Dadá, a 19 anos e três meses; Geovani Pereira da Silva, a 13 anos e 4 meses; Raimundo Queiroga, a 12 anos e 8 meses; Gleyb Ferreira da Cruz, a 7 anos e 8 meses; e Wladimir Garcêz, a 7 anos. Todos ganharam o direito de recorrer da sentença em liberdade.

O nome de Cachoeira também aparece envolvido em outra operação da Polícia Federal, a Saint Michel, um desdobramento da Operação Monte Carlo, que apurou o envolvimento de agentes públicos e empresários em uma quadrilha que explorava o jogo ilegal e tráfico de influência em Goiás.

O contraventor obteve liberdade em 11 de dezembro de 2012, dias depois de ser preso em razão de sua condenação. Antes, ele havia ficado preso no presídio da Papuda, em Brasília, por nove meses.

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