Polícia investiga linchamento em Nova Crixás

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Polícia investiga linchamento em Nova Crixás
07-04-2014
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A Polícia Civil de Nova Crixás, a 392 quilômetros de Goiânia, começa a ouvir testemunhas, nesta segunda-

A Polícia Civil de Nova Crixás, a 392 quilômetros de Goiânia, começa a ouvir testemunhas, nesta segunda-feira (7), sobre o linchamento – assassinato de um indivíduo, geralmente por uma multidão, sem processo judicial – de Isaias dos Santos Novaes, de 24 anos. O caso aconteceu no último sábado (5), após o homem ser preso por furto.

Segundo o delegado Murilo Gonçalves de Almeida, titular da delegacia de Nova Crixás, serão ouvidos os policiais militares que acompanhavam Isaias no momento do crime, servidores do hospital municipal onde aconteceu o linchamento, além da família da vítima e a família da criança estuprada, crime que a população acreditava ter sido cometido pelo homem.

Ainda segundo o delegado, as imagens das câmeras de segurança do hospital serão analisadas e deverão ajudar a identificar as pessoas envolvidas na morte do jovem.

 

O caso

Segundo Murilo, durante a madrugada de sábado, no setor Santo Antônio, uma casa foi invadida e uma criança de 7 anos foi estuprada. “Um homem entrou na casa, pegou a criança, tampou a boca dela e a levou para fora. Em um terreno baldio próximo, ele a estuprou e depois a levou de volta para casa”, conta o delegado.

Já na tarde do mesmo dia, Isaias foi flagrado no momento em que invadia uma casa. “Ele foi preso quando entrava na casa. Como não havia provas da intenção do homem, ele foi levado para delegacia, junto a outro suspeito, e autuado por furto”, esclarece Murilo.

De acordo com o delegado, Isaias tinha passagens por furto e era investigado em dois casos de estupro, no entanto, a criança que sofreu o abuso durante a manhã não o reconheceu como seu agressor. “A criança esteve na delegacia, mas não reconheceu o homem como o que o atacou”, conta.

Em seguida, Isaias foi levado para o Hospital Municipal, onde passaria pelo exame de corpo de delito, exame de praxe em caso de prisões. No local, populares, cerca de 200 pessoas, que acreditavam que o jovem teria de fato estuprado a criança se reuniram e lincharam o rapaz.

“Isaias estava acompanhado por quatro policiais militares. A população invadiu o hospital, e tentou levar o suspeito. No primeiro momento, os policiais conseguiram fazer as pessoas recuarem. Em seguida, eles retornaram com um grupo bem maior. O policiais recuaram tentando proteger o homem. O esconderam em várias salas do hospital, mas a população os seguiam e quebravam tudo.”, conta Murilo.

“Até que na cozinha do hospital, eles acabaram espancando o rapaz, que estava algemado, até a morte. Apesar dos policiais tentarem impedir”, diz o delegado. “Após matarem o homem, eles ainda arrastaram o corpo para fora do hospital”, completa.

O Instituto Médico Legal (IML) foi acionado e recolheu o corpo. Material genético do homem deverá ser colhido para exames que deverão comprovar se Isaias teria ou não estuprado a criança.

Até o momento, nenhum agressor que participou do linchamento foi preso. Com as imagens de câmeras do hospital e testemunhos, a polícia espera identificar as pessoas que participaram do crime.

Polícia

O porta-voz da Polícia Militar (PM), coronel Divino Alves, informou que, apesar de todos os esforços realizados pelos policiais, que acompanhavam Isaias, para mantê-lo em segurança, inquéritos administrativos deverão ser instaurados para investigação do caso.

“Os policiais que o acompanhavam tentaram evitar a atrocidade ocorrida. Eles o esconderam em várias salas do hospital, o passaram por uma janela para outro cômodo. O sargento até efetuou um disparo para cima. A população chegou a se dispersar um minuto, mas voltou a atacar o homem. Foram mais de 200 pessoas na ação”, conta Alves.

 

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