Após bebê ser atacado por jacaré e ter antebraço amputado, Prefeitura de Porangatu instala telas de proteção em lagoa

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Após bebê ser atacado por jacaré e ter antebraço amputado, Prefeitura de Porangatu instala telas de proteção em lagoa
25-06-2021
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Criança segue internada em UTI de hospital em Goiânia. Mãe contou a socorristas que babá tirou o menino da boca do animal. Especialista explica sobre habitat da espécie.

Após um bebê de 1 ano e oito meses  ser atacado  por um jacaré e precisar ter antebraço amputado , a Prefeitura de Porangatu, no norte goiano, começou a instalar telas de proteção para evitar a aproximação de pessoas na Lagoa Grande, onde houve o acidente (veja o vídeo acima). A criança segue internada em um hospital de Goiânia.

O menino foi atacado na quarta-feira (23) e transferido de helicóptero para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Em nota, a unidade de saúde informou, na manhã desta sexta-feira (25), que o paciente encontra-se na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com o estado geral regular, consciente e respirando espontaneamente.

De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente de Porangatu (Semma), as telas de proteção começaram a ser instaladas em pontos estratégicos da lagoa, na quinta-feira (24). Além disso, placas de advertência também serão colocadas no local. O acesso à prainha da lagoa também foi bloqueado.

A prefeita de Porangatu, Vanuza Valadares (Podemos), explicou que existe um plano de revitalização da lagoa junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e, com isso, jacarés e capivaras serão remanejados a um local seguro para garantir a segurança de todos que utilizam a lagoa como atividade de lazer.

“É importante esclarecer à população que quando há um aumento muito grande de animais silvestres, que acaba extrapolando o ambiente deles, já oferece riscos”, explicou a prefeita.

 Entramos  em contato com o Ibama, por e-mail, às 8h30 desta sexta-feira (25), a fim de saber quais medidas serão tomadas diante do caso, mas não houve resposta até a última atualização desta reportagem.

Ataque ao bebê

Ao médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Juliano Ferreira, a mãe, que disse morar perto da lagoa, relatou que o bebê estava com a babá no parque. Ao escutar os gritos do filho, ela se deparou com o menino ferido nos braços da funcionária.

“Ela disse que a babá estava passeando com a criança, quando escutou o choro. A babá disse que o animal abocanhou o braço do bebê e puxou para a água. Ela contou que entrou na água e tirou a criança da boca do jacaré”, contou.

De acordo com o médico, o “braço estava muito destroçado” quando o bebê foi levado para atendimento. Agora, o pequeno está clinicamente bem.

“Ele vai ter vida normal. A articulação do cotovelo ficou preservada para poder implantar uma prótese futura”, explicou o profissional.

Habitat da espécie

De acordo com a prefeitura, de 30 a 50 jacarés-tinga habitam a Lagoa Grande. O biólogo Edson Abrão conta como é o modo de vida dos animais, e que eles não têm costume de atacar pessoas.

“Geralmente o jacaré-tinga é menor do que outros jacarés. A espécie pode chegar a cerca de dois metros de comprimento. Eles não têm o costume de atacar pessoas, deve ter atacado porque se alimenta de mamíferos de pequeno porte. Eles comem peixes ou aves. Se ele pegar, ele pode matar, mas não é comum”, explicou.

O biólogo ainda ressalta que, no caso da lagoa, a reprodução dos animais é fácil, principalmente pelo clima mais quente e pelo tamanho local. Ainda alerta sobre o risco de acidentes.

“Ali é o lugar dele sim, de ele reproduzir. O local deveria ter grades, pois podem ocorrer acidentes com animais, como cachorros que passam por lá. Deveriam ser remanejados para locais que eles se reproduzam melhor e que não apresentem riscos à sociedade”, explicou.

De acordo com o titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente, Luziano Severino de Carvalho, os jacarés estão na lagoa de Porangatu há décadas. Ele explica que uma das alternativas é melhorar a segurança da lagoa.

“Há mais de 30 anos eles estão naquele local, o que se tem que ter é uma melhor segurança, saber se a alimentação deles está correta. É uma lagoa muito próximo do natural, é o habitat deles. Deveriam controlar melhor o acesso das pessoas ao local”, explicou.

Telas de proteção na Lagoa Grande, em Porangatu, Goiás — Foto: Divulgação/Semma de Porangatu

Criança é atacada por jacaré em Porangatu — Foto: Reprodução/Thiago Costa/TV Anhanguera

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