Bebê que teve cerca de 70% do corpo queimado por causa de reação a remédio recebe alta, e família comemora: ‘Milagre’

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Bebê que teve cerca de 70% do corpo queimado por causa de reação a remédio recebe alta, e família comemora: ‘Milagre’
27-10-2021
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Helena Cristina, de 1 ano e dois meses, ficou 46 dias internada, sendo 15 deles intubada na UTI. De acordo com a família, ela teve alergia a medicamento que tomou para tratar convulsões

A bebê Helena Cristina, de 1 ano e dois meses, que teve 72% do corpo coberto de queimaduras por causa de uma reação a remédio , recebeu alta após 46 dias internada, sendo 15 deles intubada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em um hospital de Goiânia . A família comemorou a recuperação dela, que vai continuar com um tratamento em casa.

“Nossa Helena começa uma nova fase em sua vida. Vemos sim as mãos de Deus fazendo um milagre. Ela continua com seu tratamento em casa, reaprendendo o que mal sabia direito, pois estava começando a caminhar [quando internou]”, disse a família

A bebê estava internada no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) desde o começo do mês de setembro e recebeu alta na noite de segunda-feira (25). Antes disso, ela já havia passado por outros dois hospitais, em Anápolis , a 55 km da capital, onde a família mora.

Pai dela, Hugo Cristiano Penno da Silva contou que filha teve uma reação a um medicamento que tomou para tratar convulsões. A família informou ainda que ela agora faz tratamentos em casa para fortalecer a imunidade e para finalizar a cicatrização da pele. “O pior já passou”, disse o pai.

Os familiares agradeceram ainda os profissionais de saúde que ajudaram na recuperação de Helena, aos hospitais pelos quais ela passou e, também, pelo apoio recebido da população.

“Durante esse caminho, fizemos muitas amizades novas, reforçamos velhas amizades e descobrimos como a união e a solidariedade são importantes nesse momento de angústia e dor. Vimos outros casos parecidos ou problemas diferentes que procuramos ajudar, assim como nos foi ajudado”, disse.

Relembre o caso

Pai da bebê contou que a filha começou a apresentar convulsões aos 5 meses de vida. Por causa disso, ela foi avaliada por diversos neurologistas até que começou a tomar anticonvulsivos.

A família não informou se as convulsões são causadas por alguma doença ou condição e qual seria esse diagnóstico.

A estratégia adotada pela médica, de acordo com o pai, foi de dar três remédios inicialmente e fazer a retirada gradativa.

“Quando ela estava tomando só um, um encefalograma apontou um tipo diferente de descarga e a médica prescreveu outro medicamento. Ela tomou só durante três semanas e depois começou a apresentar essa reação”, contou.

O nome e o laboratório do medicamento não foram divulgados, por isso a reportagem não conseguiu pedir uma posição sobre a reação.

No entanto, até que as reações fossem ligadas ao efeito do medicamento, os pais tiveram que passar por uma peregrinação por hospitais anapolinos. “Primeiro fomos a UPA, ela estava com febre e o médico disse que era uma virose. No outro dia voltamos, a febre não passava e ela começou a ficar vermelha. Fomos a outro Cais e a diagnosticaram com rosácea”, disse o pai.

à época, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Anápolis informou que os procedimentos adotados “durante as duas consultas da paciente, nos dias 3 e 4 de setembro, seguem corretamente os protocolos adotados pela unidade”.

Após isso, a menina foi receitada com antibióticos, mas os problemas continuaram. Segundo Hugo, ela começou a soltar a pele do rosto e aparecer bolhas pelo corpo. Foi quando os médicos conseguiram diagnosticar a situação como reação à medicação, em 10 de setembro.

Entenda a reação

Quando internada no Hugol, os médicos avaliaram que ela teve um quadro de necrólise epidérmica toxica (NET)  , que é uma reação grave e rara, também conhecida como síndromes de Lyell e Steven-Johnson.

O cirurgião-plástico Fabiano Arruda, que supervisiona a unidade de queimados do Hospital de Urgências Governador Otávio Lages de Siqueira (Hugol), onde Helena estava internada, explicou um pouco sobre a condição:

“É uma reação autoimune [em que o corpo produz anticorpos que atacam o próprio corpo] . Os anticorpos reagem ‘jogando’ a pele para fora. […] Ela se solta de forma extensa, geralmente de mais de 60% do corpo”.

O médico explicou que, como a pele se solta, assim como em uma queimadura causada por causas externas, o paciente tem mais tendência à desidratação e outras infecções. Por isso, precisa ficar coberto com os curativos apropriados e sob cuidado intensivo.

Ainda de acordo com o médico, o tratamento é feito, geralmente, com esses curativos para proteger a pele e aplicação de imunoglobulina (uma proteína usada nesse tipo de caso) para “atuar contra os anticorpos e recuperar mais rápido”.

Também segundo ele, a situação pode acontecer com pessoas em qualquer idade, não há exames que identifiquem a probabilidade de alguém ter ou não essa resposta e que não há uma substância específica que leva a esse resultado.

O médico lembrou ainda que, geralmente, é uma reação que evolui rapidamente e que, quando se torna perceptível, a ação autoimune já está acontecendo há algum tempo, por isso é tão importante que não se demore a procurar ajuda.

Helena Cristina, 1 ano, após sofrer reação autoimune a medicamento em Anápolis Goiânia Goiás — Foto: Reprodução/Instagram

Helena Cristina ficou intubada em UTI do Hugol após sofrer queimaduras devido a reação a medicamento segundo pai Hugo Anápolis Goiânia Goiás — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Helena antes de sofrer reação que deixou parte do corpo coberto por queimaduras goiânia anápolis goiás — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

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