Militar foi detido após pai do menino de 12 anos fingir ser o garoto em conversa e marcar encontro com ele, em Rio Verde. Outras supostas vítimas procuraram a Polícia Civil.
Um capitão da Polícia Militar de 59 anos que foi preso após mensagens para um adolescente de 12 anos ir a um motel foi indiciado por estupro de vulnerável e importunação sexual, nesta terça-feira (10), em Rio Verde , no sudoeste de Goiás.
Não conseguimos localizar a defesa do suspeito para que se posicionasse até a última atualização desta reportagem.
Segundo o site da transparência do governo goiano, o capitão estava lotado em um Colégio da Polícia Militar de Rio Verde. A corporação informou, por meio de nota, que ele foi afastado da função que exerce e abriu um procedimento administrativo para apurar os fatos.
O capitão foi preso no dia 1ª de agosto pela Polícia Civil, após o pai do adolescente conversar com o militar fingindo ser o garoto e marcar um encontro em um posto de gasolina. No dia seguinte, a Justiça decretou a prisão preventiva ao acatar pedido do Ministério Público de Goiás para proteção de vítimas e testemunhas.
A Polícia Civil informou que os crimes pelos quais o policial militar foi preso em flagrante não estão relacionados ao exercício de sua função, assim como ao local em que o indiciado prestava serviço.
Inicialmente, o PM era investigado por tentativa de estupro. No entanto, o delegado Carlos Roberto Batista explicou que a investigação concluiu que o crime foi consumado.
Segundo o investigador, um dia antes de ser preso, o PM havia se encontrado com o adolescente e o primo dele onde, na ocasião, passou a mão nas partes íntimas de um deles. O delegado não informou onde aconteceu esse encontro.
O delegado também relatou que o militar já havia passado a mão nas partes íntimas do adolescente em maio deste ano, quando eles estavam na piscina do clube. O caso foi relatado pela mãe do garoto.
Nova investigação
De acordo com a Polícia Civil, durante as investigações surgiram indícios de novas vítimas do militar e que, por isso, a corporação abriu um novo inquérito para continuar o investigando.
O delegado não quis informar quantas pessoas procuraram a polícia para denunciar o PM após o caso ter repercussão na mídia. No entanto, ele disse que todos os relatos são parecidos com o adolescente e que teriam acontecido no mesmo local.
Encontro
O capitão da PM conheceu o garoto de 12 anos em um clube de Rio Verde em maio deste ano. No final de julho, o militar encontrou novamente com o garoto, que estava acompanhado do primo, de 18 anos. O oficial abordou o primo mais velho dentro do banheiro e disse que queria “ficar” com ele. O jovem pegou o telefone do capitão para “saber qual era a intenção dele”.
O primo mais velho e o oficial começaram a trocar mensagens. Em uma delas, o militar convida ele e o garoto de 12 anos para saírem. A partir daí, o jovem contou para a família.
O pai do menino pegou o número do capitão e passou a trocar mensagens no lugar do filho para marcar um encontro. Durante a conversa, o oficial orientou o menino a sair escondido de casa para irem a um motel durante o dia.
“Ele [PM] orientou tudo. Disse para ele não contar para a mãe e sair escondido de casa. A gente confirmou: ‘Tá bom. Vou sair escondido da minha mãe’”, revelou a mulher.
O pai escolheu um posto de gasolina como o ponto do encontro. O capitão não sabia, porém, que seria monitorado pela Polícia Civil.
“Ele [pai] deixou ele [menino] no pátio do posto para ele [PM] chegar, porque se tivesse adulto junto, ele não ia chegar. Quando meu menino abriu a porta da frente, ele [pai] abriu a porta de trás. Ele [PM] estava tão vislumbrado com a criança que não percebeu que um adulto abriu a porta de trás”, detalhou a mãe.
Assédio anterior
A mãe do adolescente disse à polícia que o militar já havia tentado contato com o filho dela antes, em maio deste ano, após eles se encontrarem em um clube da cidade. Consta na ocorrência policial que o PM se aproximou do menino dentro de uma piscina e teria passado a mão nas partes íntimas dele.