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Ele pegou Mercedes por comodato fingindo ser para o cantor, diz polícia.
Ao invés de ser devolvido, veículo de luxo foi vendido em Goiânia.
A Polícia Civil procura um empresário goiano, de 50 anos, suspeito de usar o nome do cantor Gusttavo Lima para pegar por comodato uma Mercedes Benz CLS-500 em uma concessionária de São Paulo, no final ano passado. Segundo a investigação, ele descumpriu com o contrato ao não devolver o veículo à empresa após o período de empréstimo e, inclusive, vendeu o automóvel a um dono de postos de combustíveis.
O delegado responsável pelo caso, Paulo Ribeiro da Silva, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais, disse ao G1, nesta quinta-feira (14), que o sertanejo não sabia da negociação e nunca usou o veiculo, avaliado em cerca de R$ 350 mil. “Ele usou fotos e o nome do Gusttavo Lima para ludibriar a empresa de que eles haviam feito uma parceria e pegar o carro, mas esse acordo não foi efetivado”, explicou.
A Mercedes foi localizada na última terça-feira (12) na garagem do empresário que a comprou, Gustavo Luiz bueno Veronez, de 38 anos. Detido, o proprietários de postos de combustíveis afirmou ao G1 que não sabia da irregularidade do veículo. “Eu também sou vítima. Eu comprei e paguei 80 mil em dinheiro mais um carro avaliado em cerca de 40 mil. Tenho o documento e todos os contratos. Comprei confiando na parceria dele com o Gusttavo”, disse.
Um despachante também foi preso na terça-feira suspeito de participar do esquema. No entanto, ele foi libertado por ajudar nas investigações.
Representantes da concessionária devem vir a Goiânia nesta tarde para prestar depoimento, afinal, conforme o delegado, a empresa é a principal vítima do golpe. “O carro não foi devolvido. Então, a empresa entrou em março com um pedido de reintegração de posse contra o empresário e o cantor, já que o termo de comodato foi feito no nome dos dois. Mas agora nós localizamos o veículo e a situação está esclarecida”, informou Silva.
O delegado informou que o sertanejo teve apenas prejuízo moral. Representante do cantor neste caso, o advogado Diego Santiago Costa ressaltou que Gusttavo Lima teve o nome veiculado de forma irregular. “Foi um infortúnio. Felizmente, o carro foi recuperado para por fim nisso. Acredito que não vá acarretar prejuízo a ele porque o Gusttavo tem uma carreira consolidada”, disse.
Outro crime
A situação da Mercedes só foi esclarecida por causa de um crime cometido pelo mesmo suspeito contra o empresário de Gusttavo Lima, Paulo César Dias Gonçalves. Segundo o delegado, em fevereiro deste ano, Paulo entregou um Kia Sorento ao estelionatário em troca de R$ 100 mil em energéticos, pois ele é representante de uma marca deste tipo de bebida.
Conforme Silva, o suspeito não cumpriu com a promessa. Então, o empresário de Gusttavo Lima tentou a reaver o veículo, quando descobriu que o carro havia sido vendido a Gustavo Veronez. Paulo César procurou a DEIC em 14 de julho para registrar a ocorrência sobre o caso.
Ao longo da investigação, os policiais descobriram que o Sorento havia sido transferido com um documento ideologicamente falso. “A venda foi feita com documentos originais, mas com informações falsas. Ele falsificou o nome da mulher de Paulo César, o reconhecimento de firma e transferiu ao Gustavo Veronez”, disse Silva.
Durante diligência na casa do proprietário de postos de combustíveis, os policiais encontraram a Mercedes e a Sorento, que estão apreendidas no pátio da Deic. Além disso, documentos de compra de veículos foram apreendidos e devem ser investigados.
Veículos irregulares
Gustavo Veronez disse que conhece o suspeito há dois anos. Ele relata que a Mercedes foi o primeiro carro que ele comprou do empresário e, desde então, comercializou a Sorento, em fevereiro, e outros oito veículos. Ele ressalta que, de todos os carros, os únicos que apresentaram problema foram os que tinham relação com o empresário de Gusttavo Lima e o próprio cantor
O delegado acredita que Gustavo Veronez sabia da situação dos veículos. “Os preços que ele pagou estão abaixo do valor de mercado. Percebemos que havia na casa dele diversos contratos com restrições administrativos, como financiados. Então, não é crível que ele agiu de boa fé”, afirmou Silva.
A Polícia Civil acredita que funcionários do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), de cartórios e despachantes estejam envolvidos no esquema. Mas isso ainda será investigado. Segundo o delegado, por enquanto, os três suspeitos detidos devem responder pelos crimes de estelionato, falsificação ideológica e falsificação de documentos públicos.
