Jovem conta ter gastado R$ 9 mil após tomar zolpidem; entenda o que é o medicamento e os riscos

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Jovem conta ter gastado R$ 9 mil após tomar zolpidem; entenda o que é o medicamento e os riscos
22-08-2022
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“Eu tomei zolpidem, tive alucinação e comprei dois pacotes de viagem”, relatou o jovem em uma conversa com o vendedor do pacote.

A bula do remédio também faz esse alerta: “este medicamento pode causar sonambulismo ou outros comportamentos incomuns (dormir enquanto dirige, se alimenta, faz uma ligação de telefone ou durante o ato sexual) enquanto não está totalmente acordado […] Na manhã seguinte, você poderá não lembrar o que fez durante a noite”.

Sobre o caso do jovem que comprou os pacotes de viagem, os especialistas ouvidos pelo g1 explicam que é possível.

“Você precisa tomar o medicamento e não sair mais da cama. Algumas pessoas são sensíveis, tem gente que toma e vai até a padaria e isso é perigoso, porque o remédio pode fazer efeito. Se a pessoa está dirigindo, ela pode bater o carro. O paciente também pode fazer algo e se arrepender depois, pode falar dormindo, andar dormindo”, completa o psiquiatra Amilton dos Santos Júnior, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

Qual a forma correta de tomar o remédio?

Segundo a bula, o zolpidem pode causar amnésia anterógrada (perda da memória para fatos que aconteceram logo após o uso do medicamento), que em geral ocorre algumas horas após a administração.

Por isso, o ideal é tomar o remédio logo antes de dormir. “Ele tem um efeito razoavelmente rápido. O indicado é tomar antes de deitar ou já na cama. Você não vai tomar e desmaiar, mas como em alguns casos pode ocorrer a amnésia, o ideal é tomar já deitado”, orienta Bottura.

E nada de tomar durante o dia ou tratar o zolpidem como ansiolítico. “Ele é um indutor de sono e não deve ser usado durante o dia, é para ser usado à noite, com a pessoa já deitada”, reforça o professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

O medicamento também não deve ser misturado com álcool, maconha ou com outros remédios que dão sono.

Zolpidem pode causar dependência?

Sim. O risco de dependência aumenta com a dose e a duração do tratamento. Vale lembrar que o zolpidem não é tratamento contra insônia e seu uso não deve passar ultrapassar o período de quatro semanas, segundo a bula.

“O zolpidem veio como solução para remédios como o rivotril, lexotan, que já sabíamos que tinha potencial de dependência. Ele veio como alternativa, que não teria risco de dependência. Mas na prática não é bem assim. Ele também causa dependência e tem sido prescrito de forma indiscriminada. Ele não é um remédio tão inocente quanto já se pensou”, diz o psiquiatra e diretor clínico do Instituto de Psiquiatria Paulista.

Além disso, o uso do medicamento só deve ser feito com prescrição médica, que vai indicar a dose e a duração.

Medicamento não deve ser a 1ª opção de tratamento

Apesar de induzir o sono, o zolpidem não deve ser a primeira opção de tratamento contra a insônia.

Amilton dos Santos Júnior explica que, antes de fazer uso do medicamento, a pessoa precisa mudar hábitos e tentar tratar a insônia com medidas não farmacológicas, como higiene do sono, não consumir produtos com cafeína, não usar telas antes de dormir.

“Eventualmente, o zolpidem pode ser um medicamento interessante, que ajuda no processo de tratamento da insônia. Mas o ideal é que o quadro de base seja tratado para que esse remédio não precise ser mantido a longo prazo”, orienta Henrique Bottura.

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