Informativo Cidades
Com forte calor, população precisa comprar água para suprir necessidades.
Saneago diz que iniciou obra emergencial para normalizar abastecimento.
Moradores de bairros da região norte deGoiânia reclamam sobre a constante falta de água. Neste fim de semana a situação não foi diferente e, com calor intenso, os problemas no abastecimento causaram ainda mais transtornos. Diante da situação, a Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) começou uma obra emergencial para tentar resolver o problema.
No Jardim Guanabara III, a falta de água já causa prejuízo aos comerciantes. Dona de uma sorveteria, Neuba de Medeiros diz que tem perdido vendas. “Os dia que mais vendem, que são o sábado e o domingo, a gente não poderia ficar sem”, reclama a comerciante.
O motorista Rafael Vitor diz que tem que comprar água para fazer as tarefas domésticas. “Estamos comprando a mineral para beber, lavar louça, fazer as coisas do dia a dia”, afirmou.
O mesmo acontece na casa do técnico em radiocomunicação Luís Antonio, que está comprando garrafões de água para abastecer a família. “A gente tem que comprar para poder beber, pois na torneira não tem”, lamentou.
A Saneago diz que o período de estiagem e o aumento do consumo em função das altas temperaturas são responsáveis pela falta de água. Para tentar solucionar o problema, a empresa está fazendo a interligação dos dois sistemas que abastecem Goiânia e a Região Metropolitana, ou seja, pegar a reserva que existe na barragem do Ribeirão João Leite e levá-la até o sistema do Rio Meia Ponte.
A obra emergencial é realizada no Setor Negrão de Lima, onde os dois sistemas se cruzam. Como a água do João Leite será bombeada, a Saneago prevê uma vazão de 200 litros por segundo a empresa, será o suficiente para restabelecer o fornecimento de água nos bairros da região norte e em outros que têm uma grande demanda.
Medida provisória
A Saneago garante que a manobra provisória não vai prejudicar aqueles moradores que ainda têm água na torneira. “Essa não é uma medida que deve ser tomada e estamos misturando água de dois sistemas. Ela está sendo feita em um momento de escassez e foi muito bem estudada, com responsabilidade. Ela não implica em nenhum problema para os setores que estão abastecidos”, explicou o diretor de produção da companhia, Luiz Humberto Gomes.
O diretor ressaltou, ainda, que falhas no fornecimento de energia têm prejudicado o abastecimento em algumas áreas. Por isso, foram alugados 14 geradores. “Essas locações vão permitir o fornecimento no momento de falta de energia pela Celg [Companhia Energética de Goiás]”, disse.
O G1 tentou contato com a Celg, mas as ligações não foram atendidas até a publicação desta reportagem.
A Agência Goiana de Regulação (AGR), órgão responsável por fiscalizar o trabalho da Saneago, diz que acompanha o problema de falta de água na capital e Região Metropolitana, mas diz que ainda não pôde multar o órgão formalmente por falta de denúncias de moradores.
“Sempre que falta água e, até mesmo quando ficamos sabendo pela imprensa, solicitamos respostas sobre o que está acontecendo e saber quais são as reclamações que chegam até a própria Saneago”, disse o gerente de Saneamento Básico da AGR, Eduardo Henrique da Cunha.
Questionado sobre a falta de fornecimento na Vila Alzira, onde o problema já ocorre há seis dias, o gerente diz que a AGR precisa que os moradores formalizem as denúncias.
“Falta o usuário reclamar na empresa e depois na ouvidoria da AGR. Muitas vezes ela chega, mas de forma pontual e não gera um processo. No caso da Vila Alzira, se a reclamação chegar, a empresa será intimada a responder o que acontecesse e a apresentar um plano de contingência. Se ela não cumprir com isso, aí sim poderá ser multada”, ressaltou Cunha.
O telefone da AGR para reclamações e denúncias é o 0800 704 3200, o mesmo que consta nas contas de água.
