Polícia apresenta em GO suspeito de integrar quadrilha de abortos no Rio

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Polícia apresenta em GO suspeito de integrar quadrilha de abortos no Rio
13-02-2015
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Foragido da Justiça, ele é acusado de levar mulheres a clínica clandestina.
Jandira Magdalena dos Santos morreu em decorrência de aborto, no RJ.

A Polícia Civil de Goiás apresentou nesta sexta-feira (13), em Goiânia, o taxista Jadir Messias da Silva, de 51 anos, suspeito de integrar uma quadrilha especializada em cometer abortos no Rio de Janeiro, desarticulada na Operação Herodes, em outubro do ano passado. Foragido da Justiça, ele era encarregado de buscar as mulheres em casa e levá-las para a clínica onde eram feitos os procedimentos.

Preso na quinta-feira (12) em Catalão, no sudoeste goiano, Jadir tinha mandado de prisão preventiva em aberto desde setembro do ano passado referente aos crimes de homicídio qualificado, aborto e associação criminosa. Inicialmente, ele fugiu para o Pará e, depois, para a cidade goiana.

Responsável pelo caso em Goiás, o titular da Delegacia de Repressão a Crimes Rurais e de Divisas, Glaydson Carvalho, explicou que a Polícia Civil do Rio de Janeiro o informou que havia a possibilidade de Jair estar em Goiás há cerca de 15 dias. “Como ele é natural de Goiandira, nós concentramos as buscas na região, fizemos um levantamento e descobrimos que a mãe dele morava em Catalão, onde o localizamos”, disse o delegado.

Ainda de acordo com a polícia, ao ser preso ele afirmou, em conversas informais com os policiais, que sabia que levava as mulheres para os procedimentos de aborto. Entretanto, na apresentação à imprensa, ele negou que tinha relação com a quadrilha. “Sou motorista de táxi há 25 anos. Transporto qualquer passageiro. Eu não sou da quadrilha. Levo e busco todos aqueles que precisam, nunca fiz nada errado”, disse.

A atuação da quadrilha ganhou repercussão nacional após a morte de Jandira Magdalena dos Santos, em 26 de agosto de 2014. Ela não resistiu a complicações decorrentes de um aborto realizado em uma clínica clandestina na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

O corpo da vítima foi encontrado um dia depois, carbonizado, amputado e sem a arcada dentária, em Guaratiba (RJ). Porém, a identificação só aconteceu quase um mês após o desaparecimento. Quatorze pessoas foram indiciadas pela polícia pela morte de Jandira.

De acordo com Carvalho, Jadir era o único integrante da quadrilha que estava solto. Os demais 57 envolvidos estão presos. Dentre eles há médicos e policiais.

Detido na Delegacia de Capturas, Jadir está à disposição da Justiça do Rio de Janeiro. O delegado acredita que o preso será transferido na próxima semana. O delegado não soube informar se Jadir foi denunciado à Justiça pela morte de Jandira. A reportagem entrou em contato com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, mas o órgão não informou se o homem foi denunciado por este crime até a publicação desta reportagem.

Entenda o caso
No dia 26 de agosto, Jandira saiu de casa para fazer um aborto e não voltou mais. Segundo a mãe da jovem, Maria Ângela Magdalena, a filha estava com cerca de 12 semanas de gestação e que teria decidido abortar por “desespero”.

No dia 27 de agosto, um corpo carbonizado, sem as digitais e a arcada dentária, foi encontrado dentro de um carro em Guaratiba, na Zona Oeste. Quase um mês depois, em 23 de setembro a Polícia Civil confirmou que um exame de DNA comprovou a compatibilidade genética entre o corpo encontrado no carro e a mãe de Jandira

Em depoimento à Polícia Civil após se entregar na 35ª DP, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, uma das suspeitas de integrar a quadrilha, Vanusa Baldacine, afirmou que Jandira morreu durante o procedimento de aborto. Luciano Luís Gouvêa Pacheco, que seria miliciano, é suspeito de ser o responsável por sumir com o corpo de Jandira.

Além deles, foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, em novembro, outras oito pessoas suspeitas de envolvimento na morte de Jandira. Os denunciados são: Carlos Augusto Graça de Oliveira, Rosemere Aparecida Ferreira, Keilla Leal da Silva, Vanuza Vais Baldacine, Carlos Antônio de Oliveira Júnior, Mônica Gomes Teixeira, Marcelo Eduardo de Medeiros, Agda Pereira Iório, Jorge dos Santos Pires e Luciano Luís Gouvêa Pacheco. Caso condenados, ainda segundo o MP, eles poderão pegar pena de reclusão de até 48 anos.

Apesar de terem sido indiciados pela Polícia Civil por dar “apoio moral” a Jandira para que ela cometesse o aborto, o Ministério Público não incluiu na denúncia uma amiga e o ex-marido da vítima.

No documento, encaminhado pela 27ª Promotoria de Investigação Penal à 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital, o promotor de Justiça Bruno de Lima Stibich requer a condenação dos denunciados, pelo Tribunal do Júri, em virtude da realização dos crimes de homicídio duplamente qualificado, fraude processual, destruição e ocultação de cadáver, formação de quadrilha e provocar aborto com o consentimento da gestante.

Jandira Magdalena dos Santos Cruz, 27 anos, entrou em um carro branco, no terminal rodoviário de Campo Grande, supostamente para ser levada a uma clínica para fazer aborto  (Foto: Divulgação)

Jandira desapareceu ao fazer aborto

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